Mãe
e avó da menina Anna Júlia Moreira Franco, de 5 anos, trocaram ofensas
na 73ª DP (Neves), na noite desta quinta-feira. A comerciante Márcia
Barroso Pessanha Franco, de 59 anos, suspeita de sequestrar a neta,
presa na tarde desta quinta, acusou Pâmela Pessanha Franco, 29 anos, de
usar drogas.
"Ela era um anjo, mas quando
usava droga virava um monstro", disse Márcia. Ela ainda acusou a filha
de maltratar Anna Júlia e o pai, Vagner Moreira Araújo, de ser
contraventor e abusar sexualmente da criança.

Foto: Alessandro Costa / Agência O Dia
"Ela não sabe do que está
falando. Tenho testes que provam que nem eu, nem meu marido, usamos
drogas", defendeu-se Pâmela. Tanto mãe quanto a avó cobriam Anna Júlia
de carinhos, na porta da delegacia.
A avó ainda disse possuir laudos que provam que ela possui a guarda da criança, ainda não atestados pelos agentes.
A Polícia Civil ainda não informou se Márcia ficará presa ou apenas detida e solta posteriormente.
Menina foi encontrada em São Gonçalo
Anna Júlia foi achada nesta
quinta-feira no bairro Engenho Pequeno, em São Gonçalo, na Região
Metropolitana do Rio. A avó foi encontrada com a menina por homens do 7º
BPM (São Gonçalo).
Conforme O DIA revelou nesta
quinta, segundo a família da criança, Anna Júlia foi levada pela
comerciante, da casa dos pais, em Juiz de Fora (MG), em julho do ano
passado. Pâmela Pessanha Franco, de 29 anos, filha de Márcia, e o
marido, o comerciante Vagner Moreira Araújo, de 34, pai da menina, dizem
não ter tido mais notícias de Anna Júlia. Eles oferecem recompensa de
R$ 5 mil por informações do paradeiro dela.
Márcia e o marido, Vitor Frasson
Franco, que são avós da menina são acusados de sequestro, fuga, entrega
arbitrária ou sonegação de incapaz e desobediência à decisão
judicial.“Estamos desesperados. Ela (Márcia) tem obsessão por Anna
Júlia, diz que é mãe, e não avó da menina”, afirmou Pâmela.
Na ocasião do sequestro, o juiz
Jerônimo da Silveira Kalife, da Vara da Infância, Juventude e do Idoso
de Niterói, expediu mandado de busca e apreensão de Anna Júlia.
O mesmo já havia sido feito pela
juíza Maria Cecília Gollner Stephan, da Vara da Infância e da Juventude
de Juiz de Fora. O caso foi registrado como sequestro ou cárcere
privado na 79ª DP (Jurujuba), em Niterói, conforme o Registro de
Ocorrência 01407/12.
Márcia e Vitor — donos de loja
de produtos para noivas no bairro São Francisco, em Niterói, onde moram,
e de salão de festas no bairro Mutuá, em São Gonçalo —, não retornaram
as ligações feitas pelo DIA nesta quarta-feira para falar sobre o
assunto.
Irmãozinho de 3 anos sofre com saudade de Anna Júlia
Em certidão anexada ao registro
da 79ª DP, uma oficial de Justiça de Niterói ressalta que conseguiu
manter apenas contato telefônico no dia 18 de julho com Márcia Barroso
Peçanha Franco.
Foto: Divulgação
Ela teria alegado que estava em
Cabo Frio, na Região dos Lagos. Sem fornecer o endereço, ela teria dito
que não devolveria a neta aos pais. “Não vou devolvê-la. Se quiser,
chame a polícia”, relatou a oficial no documento. O advogado Roberto
Vitagliano, contratado por Pâmela e Vagner, disse que, além dos pais, o
irmão mais novo de Anna Júlia, Gabriel, 3 anos, "também está sofrendo".
“Minha cliente está deprimida
com a situação absurda, e o menino tem ajuda psicológica por causa da
saudade da irmã”, comentou Vitagliano, ressaltando que Anna estaria fora
da escola e isolada da convivência com outras pessoas.
"Calúnias" e corpo de delito
Os pais de Anna Júlia também
tentam obter pistas da menina pela internet. “Ajudem a encontrar nossa
filha, desaparecida desde o dia 13 de julho de 2012 !”, postou Pâmela
no Facebook, com a reprodução do panfleto onde coloca a foto dos pais,
apontados como os sequestradores.
Vagner, por sua vez, alega que,
desde o nascimento da filha, a sogra começou a perseguí-lo com
"calúnias". “Minha filha teve que fazer três exames de corpo de delito,
porque ela (Márcia) me acusou na polícia de ter violentado sexualmente
Anna Júlia e tê-la submetido a maus-tratos.
Todos os exames deram negativos,
e um legista chegou a dizer que ela estava ficando traumatizada com
tantos exames”, contou, lembrando que Márcia, em 2010, chegou a obter a
guarda da neta, mas a ordem judicial só durou 25 dias.
Fonte: O Dia
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